A governança de dados é um conjunto de práticas, políticas, papéis, processos e métricas que garantem o uso apropriado, seguro e eficaz dos dados dentro de uma organização. Ela envolve diversos princípios de segurança da informação: confidencialidade, integridade e disponibilidade. Eles são as peças fundamentais para assegurar que os dados estejam acessíveis quando e onde forem necessários, sem comprometer sua proteção.
Princípios de Segurança da Informação
Confidencialidade: garantir que os dados sejam acessíveis somente por pessoas autorizadas.
Integridade: garantir que os dados sejam precisos, completos, e não sofram alterações indevidas.
Disponibilidade: garantir que os dados e sistemas estejam disponíveis para uso sempre que forem requisitados, minimizando interrupções.
Dentre esses, a disponibilidade é frequentemente um dos mais desafiadores de assegurar, especialmente em escala, frente a falhas físicas, desastres, ataques cibernéticos ou incidentes inesperados. Para manter a disponibilidade, práticas como redundância, failover, alta disponibilidade (HA), recuperação de desastres (disaster recovery) e backup são indispensáveis.
Disponibilidade: o princípio que mantém o negócio de pé
Disponibilidade significa garantir que os dados e sistemas estejam acessíveis sempre que necessário, de forma estável e confiável. É o princípio que sustenta operações críticas, desde o funcionamento de plataformas digitais até a continuidade de processos administrativos e financeiros.
No ambiente corporativo, uma simples interrupção no acesso a dados pode representar perdas significativas.
Garantir a disponibilidade exige mais do que tecnologia: requer planejamento estratégico, políticas bem definidas e uma cultura de prevenção. É nesse contexto que entra um elemento essencial: o backup.
Backup: o investimento que separa a prevenção do colapso
O backup é uma das ferramentas mais básicas e, ao mesmo tempo, mais negligenciadas da segurança da informação. Trata-se do processo de criar cópias de dados e sistemas para que possam ser restaurados em caso de falha, ataque cibernético ou desastre físico.
Empresas maduras em governança de dados adotam estratégias de backup distribuído e redundante, combinando armazenamento em nuvem e cópias offline (offsite). Além disso, implementam testes periódicos de restauração, pois um backup só é útil se puder realmente ser recuperado.
Apesar disso, ainda é comum que empresas, mesmo de grande porte, concentrem suas cópias de segurança no mesmo ambiente físico, o que as torna vulneráveis a eventos inesperados.
Um exemplo recente e emblemático vem de um caso governamental que chocou o mundo da tecnologia: o incêndio no data center do governo da Coreia do Sul.
O incêndio que paralisou um país digital
Em setembro de 2025, um incêndio em um dos principais data centers do governo sul-coreano, localizado na cidade de Daejeon, colocou à prova o nível de resiliência digital do país, reconhecido mundialmente como um dos mais tecnologicamente avançados.
O fogo teve início em uma bateria de energia ininterrupta (UPS) e rapidamente se espalhou, afetando centenas de sistemas governamentais. Estima-se que 858 terabytes de dados foram completamente destruídos, incluindo informações de órgãos públicos e serviços essenciais, como o sistema de petições online e o “G-Drive”, uma nuvem institucional usada por milhares de servidores.
O detalhe mais alarmante: o sistema G-Drive não possuía backup externo. Ou seja, anos de documentos, registros e informações estratégicas foram perdidos de forma irreversível.
As consequências foram imediatas: serviços públicos ficaram fora do ar, agências governamentais paralisaram e o país levou semanas para restaurar parcialmente as operações. O episódio expôs uma dura realidade — mesmo as estruturas mais avançadas tecnologicamente podem falhar se não houver uma governança de dados robusta e integrada.
Lições estratégicas para o setor privado
Esse caso serve de alerta não apenas para governos, mas para empresas de todos os setores.
A perda de dados pode significar desde a paralisação de operações até a perda de contratos e multas por descumprimento de normas como a LGPD.
Empresas resilientes tratam o backup e a disponibilidade de dados como parte da estratégia de negócios, e não apenas como um requisito técnico. Isso envolve:
Mapear dados críticos e definir prioridades de recuperação;
Adotar múltiplas camadas de backup, incluindo soluções em nuvem e locais geograficamente distintas;
Testar periodicamente os planos de recuperação (disaster recovery);
Garantir redundância nos sistemas de energia, rede e armazenamento;
Integrar a governança de dados às decisões estratégicas de risco e compliance.
Mais do que isso, investir em disponibilidade é investir em confiança, tanto interna quanto externa. Em um mercado cada vez mais digital, empresas que garantem estabilidade, transparência e segurança na gestão de dados ganham vantagem competitiva e reputacional.
Prevenir é a forma mais inteligente de proteger
A governança de dados não é uma questão de sustentabilidade corporativa. O incêndio na Coreia do Sul ilustra o que pode acontecer quando a prevenção é deixada em segundo plano e mostra, de forma contundente, que a indisponibilidade de dados pode custar caro, mesmo para os gigantes.
Empresas que encaram o backup como prioridade e tratam a segurança da informação como pilar estratégico não apenas reduzem riscos, elas garantem continuidade, confiança e futuro.
No BL Consultoria Digital, fortalecemos a governança de dados das empresas com estratégias que unem conformidade, resiliência e prevenção, pilares indispensáveis para uma operação segura e sustentável.
Porque quando se trata de dados, a pergunta não é “se” algo pode falhar, mas “quando” e quão preparada sua empresa estará.