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Gestão de terceiros e proteção de dados: por que a LGPD é essencial?

gestão de terceiros
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No atual cenário empresarial, a gestão de terceiros tornou-se um dos pontos mais sensíveis para a conformidade jurídica e para a proteção de dados pessoais. Empresas de diferentes segmentos dependem cada vez mais de fornecedores, parceiros estratégicos e prestadores de serviços para operar de forma ágil e competitiva. Entretanto, essa rede de relacionamentos também amplia a superfície de riscos, principalmente no que diz respeito à privacidade e segurança das informações.

É nesse contexto que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ganha protagonismo, estabelecendo responsabilidades claras sobre o tratamento de dados pessoais e impondo às organizações o dever de fiscalizar e gerir não apenas seus próprios processos, mas também as atividades de terceiros que atuam em seu ecossistema.

A gestão de terceiros vai além de uma prática de governança: trata-se de um mecanismo essencial para mitigar riscos operacionais, jurídicos e reputacionais. Afinal, fornecedores e parceiros frequentemente têm acesso a informações sensíveis, como dados de clientes, funcionários e stakeholders.

Imagine, por exemplo, uma empresa que terceiriza serviços de TI. Caso esse prestador não adote medidas adequadas de segurança, uma falha ou vazamento pode comprometer não apenas os dados sob sua responsabilidade, mas também a credibilidade e a integridade da contratante. Na prática, isso significa que a responsabilidade não pode ser terceirizada: a organização contratante continua sendo corresponsável pelos incidentes.

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A LGPD introduziu no Brasil conceitos fundamentais, como controlador e operador. O controlador é a empresa ou pessoa que toma as decisões sobre o tratamento de dados pessoais, enquanto o operador é quem realiza o tratamento em nome do controlador.

Essa relação é muito comum na contratação de terceiros. Um exemplo clássico é a contratação de uma empresa de folha de pagamento: o empregador (controlador) fornece os dados de seus funcionários para que o prestador de serviços (operador) realize o processamento.

De acordo com a LGPD, ambos podem ser responsabilizados em caso de violação das regras. Isso reforça a necessidade de uma gestão ativa e estruturada de terceiros, com mecanismos de auditoria, contratos robustos e monitoramento contínuo.

Ignorar a importância da gestão de terceiros em conformidade com a LGPD pode gerar consequências sérias:

  • Sanções administrativas: a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pode aplicar advertências, multas e até mesmo a suspensão do tratamento de dados.
  • Responsabilidade civil: clientes e titulares podem acionar judicialmente a empresa por danos materiais e morais em caso de incidentes.
  • Prejuízo reputacional: falhas de terceiros impactam diretamente na imagem da contratante, gerando perda de confiança e afastamento de clientes.
  • Riscos contratuais: a ausência de cláusulas específicas sobre proteção de dados em contratos com terceiros pode dificultar a atribuição de responsabilidades.

Para garantir conformidade e segurança, as empresas precisam adotar medidas estruturadas. Algumas boas práticas incluem:

Due diligence de fornecedores: avaliar previamente se o terceiro adota práticas de proteção de dados, políticas de segurança da informação e conformidade com a LGPD.

Cláusulas contratuais específicas: incluir disposições que determinem as responsabilidades de cada parte quanto ao tratamento de dados, além de prever penalidades em caso de descumprimento.

Treinamento e conscientização: fornecedores devem ser instruídos sobre os padrões esperados pela contratante em termos de privacidade e segurança.

Monitoramento contínuo: auditorias periódicas, questionários de avaliação e indicadores de conformidade ajudam a manter o controle sobre terceiros.

Planos de resposta a incidentes: estabelecer protocolos claros para casos de vazamentos ou falhas, incluindo comunicação transparente com titulares e autoridades.

Mais do que uma exigência legal, a adequação à LGPD pode se tornar um diferencial competitivo. Empresas que demonstram preocupação com a privacidade e que exigem o mesmo nível de conformidade de seus terceiros conquistam a confiança do mercado, fortalecem sua reputação e se posicionam como parceiras mais seguras e estratégicas.

Além disso, a implementação de uma política sólida de gestão de terceiros permite maior previsibilidade nos negócios, redução de riscos e eficiência operacional.

A gestão de terceiros e a proteção de dados caminham lado a lado em um mundo cada vez mais conectado e regulado. A LGPD é essencial porque estabelece parâmetros claros de corresponsabilidade, exigindo que empresas não apenas cuidem de suas próprias práticas, mas também garantam que fornecedores e parceiros estejam alinhados com os mesmos padrões de segurança e conformidade.

Em um ambiente de negócios competitivo, não basta cumprir a lei: é preciso transformar a gestão de terceiros em uma estratégia de governança e proteção de dados, consolidando a confiança de clientes, parceiros e da sociedade como um todo.

Entre em contato com o nosso time especializado em proteção de dados e descubra como podemos auxiliar a sua empresa.

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